terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Riacho Salgado na Construção Histórica da Cidade de Santo Estêvão



O Riacho Salgado foi muito importante para a construção histórica da cidade de Santo Estevão. “O riacho foi o berço da civilização do povo santo-estevense”.  Nele se encontrava um manancial de água salobra, porém perfeitamente tolerável para se beber porque tem sede. Este manancial nunca diminuiu o seu fluxo nem nunca secou durante nenhuma seca. Isso faz com que a civilização que se estabeleceu ao seu redor jamais se deslocasse banida pela seca. A população ia buscar água neste grande manancial para aplacar a sede, para cozinhar, para asseio corporal ou das residências ou utensílios, etc.
No Riacho Salgado havia uma represa de cimento que formava um lago. Por esta represa apanhava-se água e lançava-se sobre o corpo. Era proibido tomar banho dentro dele. Havia dois banheiros, um para cada sexo, eles não tinham teto, porém naquele tempo havia um conceito de honra e de respeito para com a nudez alheia. Existiam na área abaixo da represa, blocos de cimento sobre os quais as lavadeiras lavavam roupas tanto suas, quanto de outras pessoas para ganhar uns trocados para o sustento de suas famílias. Outras pessoas ganhavam dinheiro trabalhando como aguadeiros, ou seja, vendedores de água do Salgado de porta em porta, quando não carregavam as latas de água na cabeça, carregavam sobre os lombos dos animais. Tudo isso, porque naquele tempo, por volta de 1903, nenhuma casa possuía cisterna. 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
FONSECA. Ivan Claret Marques. Introdução à História de Santo Estevão do Jacuípe. Gráfica Brasil, Minas Gerais, 1983.

RELATO DE UM ANTIGO MORADOR DO RIACHO SALGADO:

FOTO:
Nome: Francisco Aragão Pinto.
Nascimento: 10 de Janeiro de 1926.


“O Riacho Salgado Está localizado Num terreno triangular com várias nascentes de água salgada e uma nascente de água doce. As pessoas utilizavam a água para fazer tudo; Beber, lavar roupas, cozinhar, dá de beber os animais. Muitas mães de famílias, inclusive a minha sobrevivia dos trocados que recebia para lavar roupas nas águas do cujo riacho. Lembro que por volta de 1938 foi feito uma encanação e um cata-vento que bombeava água até as casas de algumas famílias ricas da cidade (Dr. João Borges Cerqueira, Senhor Moreno Prócoro Magalhães, Dr. Osvaldo Cerqueira da Silva, João de Deus e Manoel Pires de Cerqueira.). No governo de Durval Habib, em 1951, ele construiu dois banheiros, e um lavatório de pedra para as donas de casa lavar suas roupas e poder lavar roupas de outras casas para ganhar dinheiro."
“Sinto muita falta daquele tempo, saudade do meu tempo de moleque. Toda manhã, eu e meus oito irmãos íamos tomar banho no riacho, pegar caranguejinhos e piabinhas vermelhas que a gente utilizava para nossa alimentação. Nossa mãe cozinhava os peixinhos apenas com água e sal. Sinto também uma grande tristeza quando chego ao Riacho Salgado e vejo que ele hoje não passa de um brejo com minação, área deserta e sem utilidade nenhuma em comparação com o início da história da cidade. “Tenho 85 anos, mas tenho um sonho de poder ver esse Riacho recuperado, limpo antes de morrer, pois ele é o maior patrimônio natural e histórico da cidade.
RELATO DE UMA MORADORA ANTIGA DO BECO DO SALGADO
 FOTO:
 Nome:Estevita Pereira da Silva
 Ano do Nascimento:1948
                                                                                     

“O Riacho Salgado era um minadouro, havia um tanque grande de cimento, um lavatório de roupa e dois banheiros para o povo lavar roupa e tomar banho, pois o riacho era tão bonito de se ver, várias plantas e animais de todo tipo. As águas do riacho eram tidas como milagrosas, as pessoas que tinha qualquer enfermidade acreditava que era só tomar banho nas águas se curava. Sou moradora do Beco do Salgado desde que nasci, há 68 anos, nesse Beco foi construídas as primeiras casas da cidade. Fui aguadeiro (vendedora de água do próprio Riacho de porta em porta) por muitos anos, para tirar o sustento da minha família, cansava de carregar latas de água pesada na cabeça para vender nas casas de pessoas que tinham condições. Lavei muitas roupas pra famílias ricas nas águas do riacho e tirei muitas lenhas nos matos ao redor do Riacho para vender para algumas famílias.”
"Hoje o Riacho está abandonado por todos, nem parece aquele lugar bonito onde tudo começou. Eu acho que os governantes deveriam cuidar do Riacho Salgado, limpando aquele mato que tomou conta das nascentes de água, poderia fazer dali um lugar preservado para  visitação, para as pessoas lembrarem a história da cidade."
FALTAM AS FOTOS  E AS LEGENDAS:

SOBRE SANTO ESTEVÃO:
Santo Estêvão é um município  brasileiro do estado da Bahia. Localizada as margens da BR 116, na Microrregião de Feira de Santana. Tem como municípios vizinhos Ipecaetá, Rafael JambeiroAntônio CardosoCastro Alves e Cabaceiras do Paraguaçú

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ORIGEM DAS CASAS DA VILA


No ano de 1739, acossado pela seca padre José da Costa de Almeida, abandonou suas terras e veio instalar-se nas proximidades do Riacho Salgado, onde construiu uma humilde casa para morar, um curral e uma capela, trazendo consigo uma imagem de Santo Estevão, seu santo de orações que deu nome a nossa terra. Devido ao local apropriado e de fácil acesso conseguiu reunir pessoas que antes andavam léguas para terem acesso a freguesias mais próxima que era a de Cachoeira ou Itapororocas. A parti daí o padre deu permissão para que os fazendeiros construíssem casas de pouso no adro da fazenda (ao redor da capela). Essas casas eram usadas pelos fazendeiros e suas famílias nas épocas dos festejos religiosos (casamentos, batizados, natal, quaresma etc.). Com o passar do tempo os fazendeiros colocaram rendeiros para morar em suas casas de pouso e assim contribuindo para o povoamento e surgimento do comercio.







Ainda hoje na Praça da Bandeira popular Praça da Lua, percebe-se através das casas em meia parede, do tamanho das casas, do telhado único que ainda prevalece em muitas delas a arquitetura e a organização em circulo ao redor da Igreja Matriz.

“RUA DAS QUINZE”


Rua Genésio Cardoso conhecida como Rua das Quinze, pelo fato de no século XVIII, nos meados do ano 1751, com o crescimento da vila de Santo Estevam do Jacuhype (como era chamado antigamente), foi necessário a organização da vila com aberturas de ruas. Abriu-se então a primeira rua que dava acesso as fazendas, em seguida a segunda rua que dava acesso as outras freguesias. Daí então surgiu a terceira rua que ficava um pouco mais isolada da capela e de todo o trajeto do comercio. Nessa rua foram construídas exatamente quinze casas, dando origem ao nome popular Rua das Quinze.
Por ser a rua mais isolada da época começou a seusada como prostíbulo por mulheres que eram deserdadas da família e precisavam se sustentar.







terça-feira, 21 de agosto de 2012

Documentário sobre a Feira Livre


A Origem da Feira Livre


As primeiras referências às feiras aparecem em meio ao comércio e às festividades religiosas. Esses eventos têm origem na Europa durante a Idade Média e tiveram papel fundamental no desenvolvimento das cidades e no chamado renascimento comercial do século XIII. Quando os camponeses não conseguiam vender nos mercados a produção excedente, trocavam por outros produtos nas ruas a um preço mais baixo. Com isso, as trocas comerciais realizadas nos centros urbanos possibilitaram a padronização dos meios de troca e incentivaram a criação de uma estrutura bancária.
Atribui-se a idade média a origem das feiras livres, tendo em vista que na época dos faraós no período escravagista, bem como na fase do feudalismo, não existiam tão acirradamente as feiras.

A origem das feiras livres no Brasil confunde-se com a própria história. Desde o período do Brasil Colônia, elas multiplicaram-se, assumindo importante papel, não apenas no abastecimento dos primeiros adensamentos humanos, mas como fundamental elemento que estrutura a própria organização social e econômica das populações. Mesmo hoje, em plena sociedade da informação e da economia globalizada, as feiras persistem como um traço sócio-cultural que identifica regiões e realidades muito distantes.

A feira-livre é sem dúvida um dos traços mais marcantes do período medieval em Santo Estevão, no século passado era realizada aos domingos, ao lado da Igreja Matriz, onde também se encontrava o antigo cemitério, até quando foi construída a Praça Sete de Setembro, juntamente com a construção do Mercado Municipal em 1924, pelo Intendente Temístocles Pires de Cerqueira, cuja finalidade era o assentamento das feiras-livres, mas só a partir de 1935 a feira-livre principal passou a ser realizada aos sábados, permanecendo até hoje. O dia de sábado, portanto continua sendo o maior dia de expressão comercial do município, o dia de negócios, entretenimento e relacionamento social.